“Na ausência da ousadia fica o vazio para o medo”. (Paula Silva)
Diante de tantos desafios na vida, temos que fazermos uma
escolha. Ficarmos parados por medo ou enfrentarmos o próprio medo. Todos os
seres humanos tem esse sentimento em escalas maiores ou menores. Porém, ele é
necessário até que ocupe a posição de proteção. Mas, existem muitas pessoas
impedidas de avançar na vida por conta desse medo que não se ver, mas reflete
nas ações e projeções dos seus sonhos.
Para alguns autores como Lacan, ele reformula uma
teorização para fobia. Se, para Freud, a angústia de castração à qual remete a
fobia denota uma presença excessiva do pai como agente castrador na fantasia da
criança. Lacan, pelo contrário, concebe a fobia como sendo da ordem de um apelo
por socorro diante de uma insuficiência paterna, ou seja, aquele pai não
cumpriu com o seu papel de protetor e, muitas vezes de provedor. A chave para
entendermos a conceituação de Lacan quanto à fobia está nas últimas elaborações
de Freud com respeito à feminilidade. Nestes textos, Freud coloca que uma das
maneiras do sujeito feminino aceder à feminilidade é pela equação simbólica
falo-bebê. Ou seja, a maternidade torna-se uma das possíveis vicissitudes da
relação da mulher com a falta fálica (falo = o órgão reprodutor masculino) e,
neste sentido, a criança vem ao mundo para fantasticamente preencher esta falta
da mãe.
A relação pré-edipiana mãe-criança é conceituada por Lacan
em termos de uma tríade imaginária. Isto é, na relação da criança a mãe, o falo
já se encontra inserido. Esta é abalada a partir do que Lacan denomina “decepção
fundamental da criança”, quando ela reconhece que não é o objeto único da mãe,
mas o objeto de desejo da mãe é o falo. Ao perceber que a mãe também é privada
deste objeto, temos um momento crítico, angustiante, pois diante deste furo da
imagem da mãe a criança está sob a ameaça de se tornar cativa das significações
maternas. A saída normatizante, que aponta para a neurose, se dá com a entrada
da função do pai nesta triangulação mãe / criança / falo, como quarto elemento:
o pai como possuidor do falo, aquele que possibilita que a falta do falo assuma
seu lugar na ordem simbólica. Nas palavras de Lacan: “Por ocasião de um momento
particularmente crítico, quando nenhuma via de outra natureza está aberta para
a solução do problema, a fobia constitui um apelo por socorro, o apelo a um elemento
simbólico singular”. Isto é, diante de uma insuficiência da função paterna, o
objeto fóbico, como elemento simbólico singular, vem exercer a função de
complementação com a relação a furo na realidade de uma criança inocente. A função
paterna, tão mencionada acima, trata-se do pai real. É este que tem como função
transmitir à criança seu lugar na ordem simbólica. É também neste sentido que
ele castra a criança, pois é na ordem simbólica que temo a incidência da falta
como tal.
É neste contexto, que torna muito importante o desenvolvimento
da criança. Além disso, ser respeitado todas as suas respectivas fases, porque
poderão deixar marcas que serão gatilhos para o medo. Esse medo pode ser
expresso de várias formas, desde as mudanças de comportamento até ao
desencadeamento das patologias como: fobias, neurose e psicoses. Muitos que
expressam o medo da morte, são na verdade uma desorganização do psiquê na sua
fase de desenvolvimento, juntamente com os acontecimentos dentro do seu círculo
de convivência.
Entretanto, existe uma outra possibilidade para ser
desencadeado o medo. Nas questões da religiosidade muitas imposições acabam
liberando gatilhos que estavam amortecidos, mas levam para uma dimensão da
obediência irracional, práticas de atos sem significados, interpretações
equivocadas, isto é, falta de discernimento espiritual. Porém, o que a palavra
divina nos diz é ao contrário. Na bíblia existem 366 vezes a palavra NÃO TENHA
MEDO OU NÃO SE ATEMORIZE, portanto, a única forma de eliminarmos o medo é
identificando a sua causa, enfrentando o que for necessário, bem como se
apropriar das promessas na palavra de Deus que pode mudar qualquer circunstância.
“Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo,
pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha
mão direita vitoriosa”. Isaías 41:10
Fonte: André Fhrlich, Vinicius Anciaes Darriba. “Medô Medo”:
investigação sobre a fobia em Freud, Lacan e autores contemporâneos a partir de
um caso clínico. Ágora (Rio de Janeiro) vol. 16, abril, 2013.
Paula Silva
Instituto Telifá &
Automelhoramento
Psicanálise/Biomédica/Dependência
Química/Espiritualidade
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Email:paula.biomed1007@gmail.com
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