“A maior parte das pessoas que sentem falta de vínculos, sentimentos de isolamentos, excesso de estresse têm apresentado como as portas de entradas para o alcoolismo”. (Gabor Maté)
Segundo
a visão hebraica Yahweh age tanto no lado da bondade do homem, quanto naquele
lado animal, que muitas vezes deseja coisas que não fazem muito bem, porém, esse
processo da luta contra os vícios pode na verdade lapidar o caráter humano, para
transformar a sua identidade, conforme o seu propósito de vida.
Entretanto,
o maior desafio para qualquer tipo de vício são as abordagens das pessoas ao
redor, bem como dos profissionais que não estão bem preparados para saber lidar
com tal situação. Isto é, na grande maioria das faculdades de ensino superior
dos cursos das áreas de saúde e educação, não abordam com mais clareza a respeito
dos manejos para com aquelas pessoas que estão enfrentando alguns tipos de vícios
como: alcoolismo, tabaco, drogas, trabalho, sexo, esportes, enfim a lista é
grande. Sendo assim, quando confrontamos com os casos em famílias ou nas comunidades
religiosas, também estão totalmente sem respaldo para saber lidar com essas
pessoas que, na verdade não são o vício em si, mas enfrentam as consequências
que podem ser devastadoras.
O médico
canadense Gabor Maté acredita, que precisamos repensar nossa abordagem ao
assunto. O especialista e escritor best-seller ficou conhecido por seu trabalho
sobre saúde mental com pacientes que sofrem com abuso de substâncias na área
central de Vancouver. Essa região da cidade canadense apresenta a maior
concentração de uso de drogas na América do Norte. No centro da sua abordagem,
está a ideia de que todo vício tem origem em um trauma e nem sempre é possível identifica-lo.
Maté elenca, em suas próprias palavras, cinco pontos que nós não entendemos
sobre o problema (continuação no instagram e facebook).
1.
Nós não estamos tratando a causa real do
problema. A falta de pertencimento pode desencadear um forte sentimento de
solidão que levar a buscar algum tipo de vício para preencher esse vazio da
alma. Para entender o que leva ao vício, é necessário observar seus benefícios.
O que ele faz por você? As pessoas costumam dizer que o vício “oferecia um
alívio para a dor, uma saída para o estresse, dava um senso de conexão, uma
noção de controle, de significado, a sensação de estar vivo, entusiasmo,
vitalidade”. Em outras palavras, o vício preencheu uma necessidade humana
que era essencial, mas que não tinha sido satisfeita na vida daquela pessoa. Todos
esses estados da ausência de conexão e do isolamento até o estresse no dia a
dia eram de dor emocional. Então, o que se deve perguntar sobre a dependência
química não é “qual é o vício?” mas sim “qual é a dor? Quando se olha para
uma população de dependentes químicos, o que se observa é que quanto mais
adversidades na infância, maior o risco de dependência. Então, o vício está
sempre relacionado ao trauma e às adversidades na infância o que não significa,
que todas as pessoas traumatizadas se tornarão dependentes, mas que todos os
dependentes passaram por traumas.
O alcoolismo
pode alterar o DNA e fazer as pessoas beberem ainda mais. O tratamento para
isso exige muita compaixão, muita ajuda mútua e compreensão, em vez de
consequências severas, medidas punitivas e exclusão. Você imaginaria que, com a
falha da maioria dos tratamentos, nós tomaríamos consciência e nos
perguntaríamos, “será que entendemos de fato essa condição?”. Mas isso não
acontece muito no mundo médico. Nós não estamos encarando sua real natureza,
como resposta ao sofrimento humano. Não estamos ajudando as pessoas a lidar com
seus traumas e resolvê-los. O típico estudante de medicina nos Estados Unidos
não participa de uma única aula sequer sobre trauma emocional. Nós continuamos
a perguntar “o que está errado com você?”, quando deveríamos perguntar “o que
aconteceu com você?”. (BBC, 18.11.19)
“Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O
choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”. Salmos 30:5
Paula Silva
Instituto Telifá &
Automelhoramento
Psicanálise/Biomédica/Dependência
Química/Espiritualidade
Instagram:@paula. biomed1007
Email:Paula.biomed1007@gmail.com
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