quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

COMO FACILITAR A CONCENTRAÇÃO MENTAL?


“Buscar algo sem antes definir o que realmente procura, pode causar distração na sua atenção”. (Paula Silva)

 

A palavra CONCENTRAÇÃO MENTAL tem sido tão mal compreendida que, muitas vezes não se dão conta das suas atitudes como referências dentro do contexto. Isto é, a pessoa que, deitada, mas em vigília, se permite um estado de devaneio, de sonho diurno, fantástico, tem o seu espírito tão concentrado como o de uma pessoa que está lendo, procurando compreender um livro técnico e difícil.

Para se obter a concentração mental, deve existir uma das duas condições seguintes: ou deve haver, frente à visão mental, um fluxo de ideias que se desenrolam como se fosse um panorama, ou, então, o “olho” mental é que se deve deslocar, de um objeto para outro.

Como exemplo, vamos imaginar indo ao cinema, vendo desenrolar-se um filme interessante, está o leitor experimentando uma forma de concentração mental. Não importa a atitude tomada: Quer o espírito acomode, se “assente”, por assim dizer, passando os estímulos, como um filme pela sua frente, quer ele mesmo saia a procurá-los, por sua própria vontade, o resultado é igual.

Uma das condições ideais, existir para que, não se caia no estado de ABSTRAÇÃO MENTAL, ou seja, as cenas, sempre novas, devem desenrolar-se frente à consciência deve procurar, por sua iniciativa, a variedade de cenas, passando de uma à outra. Para que se fique acordado é necessário, sempre, essa série, essa renovação de estímulos mentais.

A ATENÇÃO deve estar sempre em movimento; se não move por influência e iniciativa nossas, move-se por si mesma.

A atenção pode ser assim comparada a uma grande força capaz de realizar grandes coisas. Uma força poderosa, sempre em marcha, dirigindo ou dirigida. De qualquer forma, devemos ou conduzi-la, ou segui-la. No cinema tanto o real, como no imaginário, isto é, no devaneio nós não fazemos mais que a seguir. Quando, ao contrário, estudamos um certo assunto ou lemos um livro técnico, nós é que a conduzimos. Não é necessário força nenhuma para dirigir este poder. Ao contrário. Quando mais tentamos força-lo tanto menos satisfatórios os resultados.

Basta, apenas, um pouco de habilidade. Essa capacidade de energia, essa força, com efeito, só precisa ser alimentada. E embora este material lhe convenha, para a alimentação, mais que aquele, ela não é, positivamente, de um temperamento refratário. É um precioso aliado, que temos dentro de nós, cujas tendências são simples e doceis, não exigindo mais que ser compreendidas. Conhecidas e compreendidas essas tendências de temperamento do grande poder da atenção, podemos fazer dele o que quisermos. Podemos conduzi-lo e dirigi-lo onde, quando e como quisermos. O mais que se pode fazer para conservar a potência e o rendimento dessa força, é vendá-la um pouco, não a deixando ver muito e muitas coisas de cada vez.

A HABILIDADE é uma das coisas mais importantes deste mundo. Adquirida que seja, pois se trata só de habilidade pode-se fazer da atenção o que se quiser. Logo, não diga que não é capaz de dar atenção. Não diga porque as probabilidades para isso são muitas, maiores do que julga. É que a pessoa, com certeza, não sabe manejar, com habilidade, as viseiras. O segredo da concentração mental consiste em restringir a atenção a um raio de interesse relativamente pequeno e, em mudá-la para outro lado, para outro raio, quando o alimento intelectual do primeiro campo estiver esgotado.

 

Fonte: J. Ralph. Conhece-te pela Psicanálise. Capítulo XXI, p.210-216.


Paula Silva

Instituto Telifá & Automelhoramento

Psicanálise/Biomédica/Dependência Química/Espiritualidade

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